D a próxima vez que encontrar Marisa Monte, peça a ela um
autógrafo. Em troca, você pode até ganhar um carinho da cantora.
— Quando vem um fã e me diz que não quer uma foto, mas um
autógrafo, tenho vontade de dar um beijo nele. Acho que a pessoa tem
personalidade e é especial — conta Marisa, que se emocionou recentemente com
outra manifestação de afeto “analógica” de uma fã das antigas: — Recebi uma
carta com papel de seda, dobradinho. Foi de uma professora universitária, que
me acompanha há muito tempo. Quero responder da mesma forma.
Isso não quer dizer que Marisa Monte esteja saudosista, com
os olhos fechados para o futuro. Pelo contrário. Ela foi uma das primeiras
artistas brasileiras a reconhecer a importância da internet e está lançando seu
último disco de contrato com uma gravadora, acreditando nas muitas
possibilidades que as novas tecnologias oferecem:
— Para fechar este ciclo, quis fugir do formato de grandes
sucessos. Hoje em dia, com os recursos da internet, cada fã pode fazer o seu, e
eles já fazem muito isso. A ideia era buscar essas músicas que estavam
dispersas, fora do meu trabalho. É a minha curadoria, é o meu olhar .
Com o disco batizado de “Coleção”, ela resgata composições
de gente como Pixinguinha, Caetano Veloso e Dorival Caymmi. Essa viagem no
tempo, que ainda inclui canções escritas por ela, também virou um balanço dos
quase 30 anos de carreira. E aí, Marisa, foi bom para você?
— Só tenho que agradecer a música na minha vida. Ela me
salvou em momentos difíceis, de crise. É um meio de transporte para um lugar
mais confortante e refrescante — revela.
E música, leia-se qualquer ritmo, sem preconceito. Até
outras cantoras pop, como o de Anitta e Ludmilla.
— Os sucessos delas estão aí e é claro que ouço. O poder
feminino na música, que é um universo tão masculino, me interessa. É uma
maneira da sensibilidade do feminino estar no mundo. E de autoafirmação também,
como diz o funk “hoje eu vou pro baile, e tu fica com as crianças”.
Fonte - Extra
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