quinta-feira, 28 de julho de 2016

Fique por dentro de tudo que rolou no show da Marisa Monte e Carminho no EDP Cool Jazz 2016.




28/07/2016 at 10:40

Marisa Monte convida Carminho || EDP Cool Jazz 2016

Por
EDP Cool Jazz (c) ETIC
EDP Cool Jazz (c) ETIC

E eis que, ao oitavo e último dia do EDP Cool Jazz deste ano, a noite esgotou! Era previsível, na minha opinião. A razão é, mais do que muitas, singular: Marisa Monte, uma das poucas e atuais rainhas da música popular brasileira. Já com muitos anos no ativo, Marisa Monte nunca deu um passo em falso na sua carreira. Profissional de exceção, transporta para os discos e para o palco, uma magia difícil de descrever com precisão. Na verdade, ver e ouvir a carioca Marisa é um privilégio como poucos. Ontem, no ambiente dos Jardins do Marquês de Pombal em Oeiras, deu-se de novo o milagre da comunhão musical, da melodia que toca todos aqueles que gostam do sotaque sonoro da música do país irmão, a melhor música popular de todo o mundo!
No entanto, para que a noite fosse ainda mais longa e com mais motivos de interesse, dois outros nomes surgiram em palco. Ana Gomes, a portuguesa de Balanço do smooth jazz cantado em português, apresentou-se ao público no seu particular estilo, naquele que foi o primeiro concerto da noite. Foi morno, sem grande chama, passando de forma indiferente a todo um mar de gente que queria ouvir, sobretudo, quem vinha a seguir. Depois, já com a estrela maior em palco, Carminho não negou o convite que Marisa Monte lhe endereçou, e também ela se entregou com a alma que tão bem a caracteriza. O resto, que agora se documenta, já é apenas memória. Das boas, das valorosas, das que valem a pena manter vivas.
Foi com “Infinito Particular” que o espetáculo começou. Estava fresca a noite, mas quente a voz de Marisa. O tema, retirado do seu disco de 2006 (sim, já tem 10 anos de existência!), abriu a festa, e desde logo Oeiras começou a cantar, seguindo a voz que vinha do palco. “Maria de Verdade” e “Ilusion”, versão de Marisa e de Arnaldo Antunes do tema de Julieta Venegas, seguiram-se, numa parte do show que apenas tinha em palco a carioca e a sua excelente banda, contando com craques como Dadi (baixo) e Marcelo Costa (na bateria). O primeiro extraordinário momento surgiu com “Depois”, canção superlativa, de versos sofridos à maneira dos amantes desavindos. A bem antiga “Beija Eu”, mas também “A Sua” e “Ainda Bem” encerraram o primeiro bloco do show, até que Carminho foi chamada ao palco. As duas damas, uma de negro, a outra de branco (ou seria marfim?) ocuparam-se em nos apresentar 7 canções, falando dos afetos que nutrem uma pela outra nos intervalos das mesmas. A amizade entre ambas, que existe há pouco mais de 3 anos, foi a responsável por tudo o que pudemos presenciar: “Vilarejo”, “Dança da Solidão”, “Os Argonautas”, “Gentileza” (uma das minhas canções favoritas de Marisa Monte), “Saudades do Brasil em Portugal” (com muito interessante diálogo entre a guitarra portuguesa e a cuíca brasileira), “Chuva no Mar” e “O Vira”, dos enormes Secos e Molhados. Convém dizer que se em alguns casos a voz fadista de Carminho casa bem com o lado tropical de Marisa Monte, noutros parece não se encaixar na perfeição, mas esse é um pormenor de interesse relativo, uma vez que o segundo bloco de canções do show funcionou bastante bem e agradou a todo o público, e era muito, dos Jardins do Marquês de Pombal.

 Carminho retirou-se, e Marisa Monte avançou para um terceiro lote de canções, mais curto que os anteriores, mas com a qualidade que a intérprete e os temas documentam: “Segue o Seco”, canção mágica como poucas, escrita por Carlinhos Brown para o fantástico disco Verde, Azul, Amarelo, Rosa e Carvão, “Eu Sei”, “Carnavália” (dos Tribalistas), “A Menina Dança” (dos saudosos Novos Baianos), terminando com “Balança Pema”, do enorme Jorge Benjor. Por esta altura reinava a total anarquia de ancas, pernas e pés. Todos dançavam, todos festejavam os momentos finais do concerto de Marisa Monte.


Poucos minutos depois, o regresso para o primeiro encore. “Amor I Love You” (com Carminho fazendo de Arnaldo Antunes, ao recitar o conhecido excerto de O Primo Basílio, de Eça de Queirós), “Passe em Casa” e “Velha Infância” prolongaram a alegria do show por mais alguns minutos. Ainda voltaram para repetirem “O Vira”, e a noite terminou de coração cheio.
Marisa Monte é, como inicialmente referi, uma verdadeira rainha da MPB. Como poucas, aliás. Pertence ao estreito lote das vozes que fazem sonhar, das vozes encantatórias, e isso é dizer muito de quem ontem nos deu também muito, mesmo que, voando o tempo do concerto, esse tanto nos parecesse tão pouco…
Sendo assim, resta dizer o seguinte: Marisa, I Love You!

Equipe Marisa Monte Clube e Cia

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