segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Vídeo Clip - Veja agora Marisa Monte e Silva " NOTURNA"





Em uma de suas visitas recentes à casa de Marisa Monte, o cantor e compositor capixaba Silva tocou, despretensiosamente, uma peça de piano composta por ele durante a criação de “Júpiter” (2015), seu terceiro disco. A melodia chamou a atenção de Marisa, que pediu para ouvi-la de novo. Foi o suficiente para a música virar o assunto do encontro, e, alguns rascunhos depois, o esboço de “Noturna (Nada de novo na noite)” estava pronto. Assinada por Marisa, Silva e Lucas Silva (seu irmão e parceiro de composição), a música, cantada pelos dois primeiros e gravada na casa da cantora, é o principal chamariz de “Silva canta Marisa” (Slap/Som Livre), disco de tributo lançado na última sexta-feira nas plataformas digitais.

 


A relação entre os dois artistas, expoentes de diferentes gerações da MPB — ela com 49 anos, ele com 28 —, nasceu de uma participação de Silva no programa “Versões”, do canal Bis, que foi ao ar em dezembro passado. Fã de Marisa desde seus 12 anos, quando ouviu o disco “Memórias, crônicas e declarações de amor” (2000), o capixaba escolheu 14 músicas dela para fazer suas releituras. Pouco depois, ele recebia um e-mail-convite carinhoso agradecendo a escolha e o convocando para uma visita no Rio. — Isso acabou virando uma relação de amizade que eu não esperava. Na primeira vez que eu e Lucas fomos à casa da Marisa, chegamos à tarde e saímos no meio da madrugada, já com algumas músicas — lembra Silva. — Percebi que aquele trabalho despretensioso merecia ser feito direito, com uma boa gravação. A música inédita, com participação da Marisa, faz com que esse não seja só mais um disco de tributo. — A escolha das músicas foi baseada naquilo de que eu mais gostava, claro, e também no que melhor combinava comigo. Existem várias canções de Marisa que eu amo, mas que eu preferi respeitar e não mexer porque corria o risco de não ficarem legais. Optei por deixá-las quietinhas e mexer só no que eu considerei que faria algo interessante ao rearranjar — afirma. Em suas versões repaginadas, “Não vá embora”, por exemplo, ganha uma levada de reggae, enquanto “Na estrada” traz beats mais dançantes. Mas, no geral, “Silva canta Marina” aparece como o álbum de sonoridade mais orgânica da discografia do músico. — Eu resolvi partir para uma onda mais minimalista. De uma forma geral, as músicas têm mais guitarra, baixo e bateria e menos sintetizador e bateria eletrônica. A ideia foi não trazer arranjos demais, e sim me divertir com eles, por isso dá para identificar um reggae mais roots, um techno/house — explica o músico, que brinca ao responder quando as demais parcerias com Marisa seriam lançadas: — Já disse para ela que, se ela não gravar, eu gravo. São músicas que eu gostei muito de ter feito, mas ainda não sabemos quando vão sair. Bem recebido pela crítica ao lançar, em 2012, seu álbum de estreia, “Claridão”, Silva lidou com reações mistas por explorar, em “Júpiter”, novas abordagens para além da mistura de letras românticas e intervenções eletrônicas — um desvio do óbvio elogiado pelo crítico do GLOBO Silvio Essinger, à época do lançamento do disco. Prestes a completar, em dezembro, um ano de “Júpiter”, Silva faz um balanço positivo da empreitada: Enquanto meus dois primeiros discos tiveram uma resposta positiva da crítica, “Júpiter” trouxe uma resposta do público muito boa. Antes, eu não podia deixar de tocar “A visita” nos shows, ou era capaz de apanhar. Hoje, eu nem a toco mais, porque as novas ganharam muita força ao vivo. Foi um processo enriquecedor


Fonte - O Globo 

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